terça-feira, 21 de junho de 2011

A grande partida: anos de chumbo


Um olhar transparente e risonho, mãos ágeis extraindo beleza e rítimo do acordeom, um coração incondicionalmente terno e solidário: estes são traços marcantes dos meus primeiros encontros com Francisco Soriano. Quem poderia advinhar que, por trás deles, se escondesse uma história de tremendo sofrimento físico, mental e psiquico, infligido pelos carrascos da ditadura militar que oprimiu o Brasil durante 21 anos do século 20, em nome dos interesses do grande capital transacional, com a cumplicidade das elites brasileiras e das instituições financeiras multilaterais?
Soriano escreveu A grande partida: Anos de chumbo com o cérebro e o coração. Ele não se limita a narração dos fatos que vivenciou, mas explora com a maestria de um pensador crítico e compassivo os meandros dos sentimentos dele próprio e daqueles que fizeram e fazem parte da sua teia de relações.
Ele compartilha conosco, seus leitores e leitoras, ricos detalhes da sua tragetória pessoal, trazendo-nos para a intimidadede valores mais profundos, desafios mais dramáticos e sublimes esperanças.
Outro valor desta preciosa narrartiva é o de ilustrar a realidade da opressão da ditadura militar brasileira a partir de uma história cujo epílogo é a vitória da resistência de Soriano a todos os horrores e a reafirmação da Vida e da sua Esperança.
Pois só alguém, que construiu em si um espírito forte, compassivo e terno, teria condições de sair desse calvário cheio de disposição para continuar se desenvolvendo e, ao mesmo tempo, continuar atuando na luta pela emancipação do povo e da Nação Brasileira.

Francisco Soriano

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